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ROXANA PÁEZ
( ARGENTINA )
Roxana Páez nació en La Plata en 1962.
Es profesora en Letras y colabora como crítica literaria en diversos medios del país. Tradujo del francés textos de Duchamp, Castoriadis, Klossowsky, etc.; tiene en prensa Manuel Puig. Del pop a la extrañeza. En 1993 obtuvo el primer premio en el concurso “Enrique Pezzoni” de la Universidad de Buenos Aires.
INIMIGO RUMOR – revista de poesia. Número 10 – maio 2001. Editores: Carlito Azevedo, Augusto Massi. Rio de Janeiro, RJ: Viveiros de Castro Editora, 2001. 124 p. ISSN 1415-9767
Exemplar bibl. de Antonio Miranda
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de CARLITO AZEVEDO e ANIBAL CRISTOBO
TENHO QUE CORTAR
Para toda vacilação há um limite
horário, de caráter. E assim dizem,
não posso duvidar disto: minha própria
situação, que ponho em dúvida.
Ou cortar o nó, sem pontas
à vista, que unia
o jogo ao carro de Górdio, como Alexandre
que se alienara com a Ilíada
emprestada por seu célebre mestre.
E parecia tão seguro em si
que não hesitou, depois de liberá-los,
em seguir a monarquia
dos persas, nem em casar-se com Roxana,
a filha de Sátrapa.
Eu deveria publicar agora,
mesmo que trazer a história
mais célebre do corte
seja uma hipérbole.
Como desejo, a indecisão continuará,
sob as pálpebras,
alucinação das órbitas
como dois pedaços de quartzo
na umidade do bosque;
com o caderno fechado e sua espiral
de cobre tumefato
e a tela sem luz.
Um estado da mente
e uma marca
atávica de exploração.
O beija-flor vacila entre jasmins de leite.
Jóia móvel, necessária.
A LARANJA
Era uma laranja muito grande
e bem redonda.
A árvore dissera: “Vou
fazer apenas uma coisa, meu bem,
um brinquedo,
umas gotas envoltas.”
O Daimon aprecia
chupar rodelas de cítricos.
Como chega o sonho
tão tranqüilo
depois dos beijos.
Neste caso
ainda são jovens, mas
sobretudo
essa laranja e ele,
que tem oito anos.
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Página publicada em dezembro de 2023.
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